sexta-feira, 30 de abril de 2010

Trabalho dos alunos da Póvoa de St. António - Semana da Leitura

Mas como se entra no mundo de um livro?

- Emília, para entrares no meu mundo tens de me ler e depois dar asas à tua imaginação - disse o livro.
Emília, entusiasmada, requisitou o livro e levou-o consigo. Quando chegou a casa colocou-o cuidadosamente na sua mesa-de-cabeceira.
Como já eram horas de jantar, a sua mãe chamou-a para a mesa. Depois de comerem, Emília vestiu o pijama, lavou os dentes e subiu as escadas para se deitar. O quarto estava quente, Emília aconchegou-se e adormeceu tranquilamente.

- Emília! Emília! – Chamou o livro. Acordando sobressaltada, Emília foi ver o que se passava. Foi ver à porta… foi à janela… ninguém lá fora.
- Mas quem seria?! – Perguntou Emília a si própria.
Foi então que se lembrou do livro esquecido sobre a mesa-de-cabeceira. E lá estava ele, muito tristonho por Emília não se lembrar dele. Olhando-o fixamente disse:
- Desculpa livro.
- Não faz mal! – Respondeu o livro. Agora tens de me compensar, tens que me ler, tens de entrar no meu mundo…
Emília pegou numa pequena lanterna que guardava em cima da cómoda e começou a ler, até que alguém bateu à porta. Emília agachou o livro e guardou-o debaixo dos lençóis deitando-se. Era sua mãe que lhe vinha dar um beijo de boa noite. Quando sua mãe saiu, Emília retomou a leitura e acabou por adormecer.
Enquanto dormia serenamente, Emília entrava no mundo imaginário dos sonhos… Emília deslizou num arco-íris e caiu numa relva verde e fresca. Nesse mundo as pessoas tinham asas e os animais falavam. Foi então que percebeu que estava a sonhar com a história do livro que leu. Foi logo falar com o Rei do Mundo e explicou-lhe a sua situação.
- Entendo, entendo – disse o rei, mas há um problema. Quem sonha com este mundo nunca mais pára de sonhar com ele, a não ser que…
- O quê, desembuche?! – Pediu desesperadamente Emília.
- Tens de voar no Urni-táxi nº7 e ir até à Floresta dos Espíritos para atravessares o portal. – Referiu o Rei.
- Ok – disse Emília, sem se aperceber que ia ter uma tarefa muito complicada.
Já em viagem…
- Urni-táxi, pode andar a 80km/h? – Perguntou Emília.
- Claro, sempre às ordens! – Respondeu Urni-táxi.
- Olhe Urni-táxi, pode andar, não pare mas gostava de saber se ainda falta muito…
- É já ali – respondeu.

Olhando para Nordeste, Emília viu uma vasta massa de verdura que parecia nunca ter sido pisada.
- Bom, deixo-te aqui. – Concluiu Orni-táxi.
- Está bem, boa viagem.
- Igualmente!
Emília embrenhou-se nas moitas da floresta. Andando, andando, lá ia ela a caminho até ao anoitecer. Aí acampou.
- Que bela cama eu fiz com folhas e ramos!
Dormiu, dormiu profundamente. Já na caminhada pela densa floresta encontrou um homem muito mal vestido que lhe perguntou:
- Tens um pescador que quer atravessar milho, uma galinha e cão de barco num rio. Como é que o fazes sem que a galinha coma o milho e o cão coma a galinha? Senão acertares, não passas o portal.
- Fácil. Primeiro o pescador leva consigo o milho e a galinha e na outra margem fica o cão. Traz a galinha e leva o cão, deixando lá o cão, por fim leva a galinha. – respondeu Emília satisfeita.
- Podes atravessar o portal, descobriste o enigma.
Emília atravessou o portal.
Mas qual foi o seu espanto quando reparou que no meio da densa floresta não havia só vegetação, mas um enorme e gigantesco castelo. Então Emília não hesitou e foi até ao seu encontro. Ao entrar não queria acreditar no que os seus olhos viam, pois não era um castelo de fadas mas um castelo de bruxas.
A menina só via à sua volta morcegos, teias com aranhas, gatos pretos e bruxas cheias de verrugas, com enormes bigodes e chapéus medonhos. No entanto, uma delas dirigiu-se a Emília e disse:
- Bem-vinda ao Mundo do Terror.
Neste preciso momento Emília dá um grito e acorda sobressaltada:
- UPS… que alívio, ainda bem que isto não passou de um sonho…
Emília acordou e disse ao livro:
- Chegou o dia de te devolver à biblioteca.
- Mas porquê? – Perguntou o livro.
- Porque não és meu, e poderá haver alguém que te queira requisitar – respondeu Emília.
Emília vestiu-se, tomou o pequeno-almoço e logo depois dirigiu-se à biblioteca. Entrou e disse:
- Bom dia, vim dizer que não posso entregar o livro.
- Porquê? – Disse a bibliotecária.
-Porque o livro é mágico e eu tenho que ficar com ele – respondeu Emília com uma voz doce.
- O quê? Na Nossa biblioteca não há livros mágicos – disse a bibliotecária.
- Quer provas? Então ouça, o livro fala! – explicou Emília.
- Estou admirada! Sendo assim, podes ficar com ele. Vendo bem as coisas também é um livro esquecido nas prateleiras, e vejo que tu lhe dás uso – disse a senhora.
A partir deste dia, Emília lia todas as noites e assim podia entrar no Mundo Imaginário dos Sonhos.
Fim
EB 1 de Póvoa de St. António
Ano lectivo 2009/2010