Os alunos das escolas da Aguieira, Póvoa, Vale de Madeiros e Lapa do Lobo desenvolveram, durante o 2º período, a atividade:“Todos somos artistas, há que procura-lo dentro de nós”.
Sendo a poesia uma forma de arte, assim como a ilustração, ambas utilizadas como forma de expressão de sentimentos, emoções e sentidos do artista em relação àquilo que o rodeia, foi distribuída, a cada grupo de trabalho, uma poesia baseada num tema e um poeta. Após lidas, ouvidas, faladas e sentidas, fez-se a sua compreensão através do desenho (ilustração individual). Trabalho baseado na obra:
Escola EB1 de Aguieira
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Tema: “O Mundo da Fantasia”
Poemas explorados:
LINDO MONSTRO
ANTÓNIO TORRADO
AS FADAS
ANTERO DE QUENTAL
DO SEU LONGÍNQUO REINO COR-DE-ROSA
Do seu longínquo reino cor-de-rosa,
Voando pela noite silenciosa,
A fada das crianças vem, luzindo.
Papoulas a coroam, e, cobrindo
Seu corpo todo, a tornam misteriosa.
À criança que dorme chega leve,
E, pondo-lhe na fronte a mão de neve,
Os seus cabelos de ouro acaricia –
E sonhos lindos, como ninguém teve,
A sentir a criança principia.
E todos os brinquedos se transformam
Em coisas vivas, e um cortejo formam:
Cavalos e soldados e bonecas,
Ursos e pretos, que vêm, vão e tornam,
E palhaços que tocam em rabecas...
E há figuras pequenas e engraçadas
Que brincam e dão saltos e passadas...
Mas vem o dia, e, leve e graciosa,
Pé ante pé, volta a melhor das fadas
Ao seu longínquo reino cor-de-rosa.
FERNANDO PESSOA
Escola EB1 da Póvoa de S. António
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Tema: “As estações do ano”
ALICE GOMES
A VOLTA DA PRIMAVERA
ANTÓNIO FELICIANO DE CASTILHO
Escola EB1 de Lapa do Lobo
Poeta: Manuel Maria de Barbosa l'Hedois du Bocage
Tema: “Contos”
A RAPOSA E A CEGONHA
ADOLFO SIMÕES MULLER
A RAPOSA E AS UVAS
Contam que certa raposa,
andando muito esfaimada,
viu roxos, maduros cachos
pendentes de alta latada.
De bom grado os trincaria;
mas, sem lhes poder chegar,
disse: «Estão verdes, não prestam,
só os cães os podem tragar».
Eis cai uma parra, quando
prosseguia o seu caminho;
e crendo que era algum bago
volta depressa o focinho.
BOCAGE
A CIGARRA E A FORMIGA
Tendo a cigarra em cantigas
folgado todo o Verão,
achou-se em penúria extrema
na tormentosa estação.
Não lhe restando migalha,
que trincasse, a tagarela
foi valer-se da formiga,
que morava perto dela.
Rogou-lhe, que lhe emprestasse,
pois tinha riqueza, e brio,
algum grão, com que manter-se
té voltar o aceso Estio.
«Amiga (diz a cigarra)
prometo à fé de animal
pagar-vos antes de Agosto
Os juros, e o principal.»
A formiga nunca empresta,
nunca dá, por isso ajunta:
«No Verão em que lidavas?»
À pedinte ela pergunta.
Responde a outra: «Eu cantava
noite e dia, a toda a hora».
«Oh, bravo! (torna a formiga)
cantavas? Pois dança agora».
BOCAGE (Traduzido de La Fontaine)
Escola EB1 de Vale de Madeiros
Poeta: Matilde Rosa Araújo
Tema: “O Cavalo”
CAVALINHO, CAVALINHO
MATILDE ROSA ARAÚJO
NÃO QUERO, NÃO
EUGÉNIO DE ANDRADE
CAVALEIRO DO CAVALO DE PAU
Vai a galope o cavaleiro e sem cessar
galopando no ar sem mudar de lugar.
E galopa e galopa e galopa, parado,
e galopa sem fim nas tábuas do sobrado.
Oh, que bravo corcel, que doidas galopadas,
- crinas de estopa ao vento e as narinas pintadas!
Em curvas pelo ar, em velozes carreiras,
o cavalo de pau é o terror das cadeiras!
E o cavaleiro nunca muda de lugar,
a galopar a galopar a galopar!...
AFONSO LOPES VIEIRA